sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

DICIONÁRIO DAS UVAS - PINOTAGE

A Pinotage é uma combinação híbrida de pinot noir e cinsault, realizada na África do Sul. Este cruzamento foi realizado pela primeira vez pelo Prof. Peroldt, em 1922. A cinsault foi levada da sua origem, em Cotes du Rhône, França para a região do Cabo e o nome 'Pinotage' é uma combinação dos nomes 'Pinot' com 'Hermitage', sendo esta uma denominação usada para a Cinsaut na África do Sul.

A Pinotage é hoje uma marca da África do Sul, como a Malbec é da Argentina, e a Carmenére do Chile. Produz bons varietais, de médio corpo e alguns de boa guarda. A maioria dos vinhos feitos com esta uva é potente, com cor vermelha escura, e bastante tanicos; No paladar, são bastante adstringentes.

Ela é tão significativa naquele país, que ganhou uma associação, a Pinotage Association (http://www.pinotage.co.za/)

A razão de eu postar sobre esta uva agora é porque se aproxima a data de nossa próxima confraria (12.03), que terá o tema da AFRICA DO SUL. E acho que esta uva vai estar entre nós...


CHEERS!!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

HARMONIZAÇÃO - FATORES IMPORTANTES: AMARGOR

Este é um ítem importante e muito difícil de se botar em prática. Vejamos por que:

O recém-nascido, por exemplo, está preparado para o gosto doce, que é o leite materno. Mas à medida que o tempo passa, ele precisa passar por um aprendizado nem sempre muito fácil de se acostumar com salgados, azedos e amargos, quando começamos a introduzir papinhas, frutas e outras comidinhas em suas dietas. E certamente o amrgor é o último a ser aprendido e acostumado.

Para nós, o amargor é quase sempre um sinônimo de algo desagradável, talvez pela referência que tenhamos de venenos e afins. Dizem que 25% da população apresenta uma sensibilidade acentuada para o amargor.

Um fato curioso, que talvez nunca tenhamos reparado: Assim como o salgado, o amargor acentua-se com o frio, o que explica porque muitos vinhos tânicos devem ser servidos a uma temperatura mais elevada. Cafés e chás são servidos quentes por este mesmo princípio.

Porém, no vinho o amargo é costumeiramente associado aos taninos e quase sempre confundidos com a adstringência, o que não é totalmente verdade. Neste sentido, o amargor é uma sensação gustativa e a adstringência, uma sensação táctil. Conseguem diferenciar?

Na harmonização, precisamos tomar cuidado para não sobrepormos um ao outro. É sempre bom termos na cabeça a seguinte frase: Amargor no vinho multiplica o amargor da comida.
Comer uma carne ao ponto com um vinho bom, com bastante taninos é uma coisa agradável e correta. Comer esta mesma carne um pouco mais passada com este mesmo vinho será diferente, pois os taninos acentuarão o amargor do grelhado excessivo da carne.

Então, atenção ao amargor! Ele pode matar sua comida e seu vinho se não for bem combinado.


CHEERS!!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O TINTO QUE SURGE DO IRMÃO BRANCO

A Viña Aquitania (Valle do Maipo), vinícola chilena dos poderosos Paul Pontalier (Dirtor Técnico do Chateau Margaux), Bruno Prats (Ex-Proprietário do Cós d´Estournel e presidente do champanhe Bollinger) e Felipe de Solminihac, vai lançar o Sol de Sol tinto, feito à base de Pinot Noir. O Sol de Sol branco, feito com Chardonnay plantado em Traiguén (Valle de Malleco – 650 Km ao sul de Santiago) é um dos melhores, se não o melhor chardonnay chileno. Além do extinto Paul Bruno (primeiros nomes dos 2 sócios Frances) e o Lazulli, feitos predominantemente com Cabernet Sauvignon. Vendo o histórico dos vinhos da vinícola, não é difícil prever a qualidade que o Sol de Sol tinto terá...


CHEERS!!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

VINHO DA SEMANA - MONTES MALBEC 2006

** Montes Malbec 2006**
Produtor: Viña Montes
Origem: Vale do Colchagua (Chile)
Uvas: Malbec
Safra: 2006
Importadora no Brasil: Mistral
Preço Aproximado: R$ 52,00



Um bom custo benefício da Viña Montes, uma das principais vinícolas chilenas em tamanho, tradição e qualidade. E mais uma prova de que o Chile pode sim produzir bons Malbecs. Apesar de pertencer à linha básica da vinícola, já é melhor que muitos dos vinhos de linha básica do Chile, pois ele tem uma estrutura boa, nariz agradável e boca mais persistente que a média dos vinhos por este preço. Por ser um vinho jovem, ainda tem o álcool bem presente.

É BOM E FAZ BEM - PARTE 1

Muita gente já sabe, mas queria também colocar no Blog este assunto para que as pessoas possam ler e se informar um pouco mais.

Esta nossa deliciosa bebida e motivo de existência do Blog, também é um santo remédio que ajuda a prevenir algumas doenças. falarei aqui, em 3 partes sobre alguns benefícios do vinho para nós.

A maioria das pessoas bebe vinho por seu paladar complexo e agradável. Mas os efeitos terapêuticos do vinho têm sido objeto de pesquisas há muito tempo. Países como Estados Unidos, França e Dinamarca publicaram, no início da década de 90, trabalhos científicos que comprovaram a importância do vinho para a saúde.

Desde que bebido com moderação, o vinho pode atuar como fator preventivo de várias doenças – tais como cardiopatias e derrames cerebrais –, aumentar a longevidade e até agir como agente antimicrobiano.

Uma das pesquisas mais importantes – conhecida como o “Paradoxo Francês” – foi conduzida por pesquisadores daquele país e extensamente divulgada em 1991, no programa de TV norte-americano “60 Minutes”, da CBS.
O “Paradoxo Francês” diz que os franceses – cuja dieta é rica em gorduras e a incidência de fumantes na população é alta – eram menos propensos a ataques cardíacos do que outros povos de países industrializados. Isto foi atribuído ao consumo regular de vinho pelos franceses, pois o álcool eleva os níveis de HDL (high density lipoprotein ou lipoproteína de alta densidade), conhecido como o “bom colesterol”, no sangue. A veiculação do estudo aumentou consideravelmente a venda de vinhos tintos no país.

A segunda grande pesquisa sobre o assunto, em 1995, destacou os efeitos do vinho em relação a outras bebidas alcoólicas: realizada com 13 mil pessoas durante 12 anos por cientistas dinamarqueses do Copenhagen Heart Study, a pesquisa traz evidências de que as taxas de mortalidade diminuem mais entre pessoas que bebem vinho do que naquelas que tomam cerveja ou destilados. A pesquisa também demonstrou que os efeitos benéficos do vinho se estendem àqueles que bebem até 5 taças (cerca de 1 garrafa) de vinho por dia – ou seja, elevou o patamar anteriormente considerado “moderado”.

Pelas pesquisas que já foram feitas, sabemos que o vinho ajuda a:

. Evitar doenças cardíacas
. Combater o câncer
. Prevenir úlceras
. Proteger contra o Mal de Alzheimer

Nas próximas semanas falarei um pouco sobre como o vinho ajuda em cada um destes tópicos.


CHEERS!!

Fonte: Terra.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

GENÉTICA DO VINHO

Sua estrutura genética pode determinar os vinhos que você gosta de degustar e "cheirar". Algumas pessoas possuem uma genética que lhes permitem gostar de todos tipos de vinho. Esses "sortudos" são chamados de "superdegustadores".

Nos últimos anos, um grande número de tradicionais analistas da indústria vinifera, muitos deles da Inglaterra, tem assinalado aquilo que acreditam ser uma grande falácia no esquema rígido de analisar um vinho através de sua pontuação numérica. A crítica deles é que um pequeno número de avaliadores americanos parece ser "encantado" por um estilo de vinho que os críticos veem como esteticamente contrário ao que eles entendem que deva ser um "grand vin". Clive Coates, conhecido autor francês sobre vinhos, recentemente desdenhou dos críticos americanos que gostavam particularmente de um controvertido vinho tinto de Bordeaux dizendo que: "qualquer um que goste daquele vinho, deve fazer um transplante de cérebro". É como se os britânicos vissem os americanos como geneticamente diferentes no que se refere à degustação de vinhos tal como ela é concebida (pelos europeus).

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

VINHOS DA ÁUSTRIA - PARTE 1

Recentemente andei lendo alguns artigos que falavam sobre países não tão tradicionais em produção de vinhos, mas que estavam despontando e supreendendo. Abaixo viou transcrever um artigo que li na internet, mas e 2 partes, para não ficar muito longo, que fala sobre a Áustria. Espero que gostem!

"As regiões vinícolas do centro da Europa - da Suíça à Eslováquia, passando pela Áustria - estão se tornando cada vez mais importantes no panorama europeu do vinho. A introdução de castas internacionais conhecidas ao lado de castas nativas, bem como a recente renovação da tecnologia, tem ajudado. O rigor dos requisitos de qualidade no sentido de evitar fraudes, a atividade de enólogos estrangeiros e os custos de elaboração mais baixos também os auxiliam na competição.
Os países centrais do continente europeu têm tradição vinícola milenar, mas sua importância no mundo do vinho até os anos 1980 era apenas marginal. Com os novos acordos comerciais, a consolidação da Comunidade Européia incentivando a competição e o influxo de conhecimento dos flying winemakers, as coisas mudaram, principalmente ao longo dos anos 1990.

Os desenvolvimentos mais notáveis na Europa Central nos últimos 20 anos tiveram lugar na Áustria. A história do vinho austríaco remonta à época dos celtas, sendo anterior, portanto, ao cristianismo. Sua colocação durante séculos limitou-se, porém, ao consumo local. O grande impulso na indústria vinícola austríaca deu-se durante o Império Austro-Húngaro, por volta de 1860. Esse período deixou um rico legado para os produtores decorrentes da regulamentação do cultivo e da elaboração, assim como das pesquisas realizadas na escola vinícola do mosteiro Klosterneuburg, no Danúbio. Novo intervalo sem repercussões aconteceu depois disso, até o fim da Segunda Guerra Mundial.

Em 1950, um pequeno círculo de vinicultores começou a reformar a indústria vinícola. Sua ação deu resultados positivos, mas viu-se prejudicada em 1985 quando os vinhos doces do país, os mais notáveis por sinal, caíram em descrédito pela descoberta de adição fraudulenta de produtos químicos ao mosto.

Durante quase dez anos, os produtores austríacos enfrentaram dificuldades, mas os mais conscientes não esmoreceram. Os requisitos de qualidade tornaram-se severos e a obediência a eles mais estrita. Na segunda metade da década de 1990, finalmente, eles viram seus esforços e sua persistência compensados quando alguns dos vinhos austríacos passaram a merecer destaque.

Neste início de milênio, os vinhos da Áustria voltaram a receber o reconhecimento internacional. Seus Rieslings secos do Danúbio e seus vinhos brancos de sobremesa contam-se hoje entre os melhores do mundo. Vista de perto, a vinicultura austríaca é, assim, uma história de ressurgimento."

Na semana que vem continuarei com a outra parte, que fala das uvas, regiões e classificações.

Até lá!


CHEERS!!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

VINHO DA SEMANA - CHATEAU LA GRAVE 2003

** Chateau La Grave 2003**
Produtor: Chateau La Grave

Origem: Fronsac - Bordeaux (França)
Uvas: Merlot e Cabernet Franc
Safra: 2003
Importadora no Brasil: De la Croix
Preço Aproximado: R$ 105,00



Um Grand Vin de Bordeaux, que até perece mais do que isto. Um Bordeaux razoavelmente acessível perto de alguns outros e que realmente entrega qualidade de gente grande. Um vinho para ser servido tanto em um jantar mais intimista quanto algo maior, pois certamente, em ambos os casos, vai impressionar. Taninos presentes, mas na medida certa. Um final de boca gostoso e persistente. Claro que a boa safra de 2003 também ajuda muito, mas é um vinho que dá para perceber que tem estrutura e é feito com cuidado. Além de ser mais um biodinâmico no portfolio da De la Croix, que tem como principal diferencial, o fato de trazer apenas vinhos orgânicos ou biodinâmicos.

DICIONÁRIO DAS UVAS - BARBERA

Já que na semana passada falei sobre a Nebbiolo, uva do Piemonte e bem conhecida, nos manteremos hoje nesta mesma região, falando agora da Barbera. Uma uva tinta que dá vinhos equilibrados, mas com certa acidez, que é sua característica principal. Não tem a mesma fama e reconhecimento da Nebbiolo, mas vem ganhando espaço aos poucos.

Os principais vinhos são o Barbera d`Alba e Barbera d`Asti. Seus vinhos apresentam cor rubi vivo com aromas de frutas vermelhas e um pouco herbáceo; Na boca são frescos, não tão encorpados e com uma acidez típica dos vinhos italianos.
CHEERS!!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

VINHOS DOS SONHOS

Sommelier do Fasano há 17 anos, Manoel Beato, 44, orgulha-se de ter tomado"quase tudo de bom que existe no mundo". Cheval Blanc 1947? Três vezes. Mouton-Rothschild 1945? Cinco vezes. Château Margaux 1900? Três vezes. Agradece "aos céus" e "aos padrinhos do vinho", como ele chama os clientes que se tornaram amigos e o convidam para compartilhar os "momentos mais incríveis", quando decidem abrir grandes vinhos. Ter acesso a "adegas fabulosas" e contar com a generosidade dos clientes ajuda, e como, mas não esvazia o baú de desejos.

O repertório de Beato também tem lacunas. E quais são esses vinhos dos sonhos?A Folha fez esta pergunta ao sommelier do Fasano e a outros três profissionais de São Paulo: Alexandra Corvo, que trabalhou no D.O.M. e hoje é proprietária da escola de vinhos Ciclo das Vinhas; Tiago Locatelli, doVaranda Grill; e Carina Cooper, da Salton. Os vinhos apontados são, em sua maioria, raros e caros, com valores difíceis de mensurar (leia abaixo as escolhas).

"Às vezes, você até vê na internet um Cheval Blanc 1947, um dos mais prestigiados, por uns US$ 6.000 [mais de R$ 13 mil]. Só que, quando vai comprar, não tem. Só encontra, e bem mais caro, em cavistas, aqueles caras que, quando alguém solicita, pedem uns dias e vão atrás, provavelmente em adegas particulares", diz Beato.

Com menos tempo de estrada, mas grandes vinhos na bagagem, Tiago Locatelli,28, prova que é possível sonhar com os pés mais próximos ao chão. Elegeu um vinho alemão, produzido num vinhedo muito pequeno e íngreme. Comparado a um de seus preferidos -o caro Château Palmer 1945-, fica "barato" -cerca de US$400 (R$ 900). "Não vem para cá porque é produzido em pequenas quantidades",diz Locatelli, na profissão há cinco anos.

A sommelière da Salton, Carina Cooper, 45, hesitou para escolher "só um". Acha que a sorte fala mais alto. "Tem tanta coisa que a gente não imagina e cai na mão. Estar aberto para isso é mais divertido do que querer um só", diz. A sorte parece conspirar a favor dela. No ano passado, esteve em Jerez, na Espanha, para participar da feira Vinoble. Foi surpreendida com um convite para uma degustação de várias safras de Château d'Yquem. "Nem dormi direito naquele dia. Esse vinho me emocionou inexplicavelmente."Mas nem tudo é emoção. Até os grandes vinhos têm seu dia de vinagre.

Quando ainda era sommelière do D.O.M., Alexandra Corvo, 33, atendeu certa vez "12 clientes super-ricos" de uma confraria. "Cada um levou uma garrafa. Abri o primeiro, um Château Beychevelle 1961, e estava morto! Sabe redução devinagre balsâmico no nariz? Mas eles provaram e nem ficaram tristes. Tinham outros 11."O primeiro contato de Beato com um Pétrus 1961, estimado em US$ 8.000 (cerca de R$ 18 mil), foi um desastre. "Estava bouchenée (com aroma de rolha). Ficou aquela frustração."Nada que uma degustação, anos depois, de três safras de Pétrus (1982, 1970 e1961) não tenha compensado a espera.


CHEERS!!

Fonte: Folha de São Paulo

MARADONA OU ZAMORANO - FINAL

Bom, depois de falarmos um pouco sobre cada um dos dois países, não é difícil prever que país tem maior capacidade de expansão no mundo dos vinhos. Os dois países conseguem produzir tintos maravilhosos, para bebermos ajoelhados. Isso é um fato. Mas há uma diferença geográfica que privilegia um e limita o outro. E esta, para mim, é a grande diferença. Os enólogos e proprietários argentinos podem causar uma revolução no país com novas descobertas? Claro que podem. E, em se tratando de vinhos, tudo é possível se mãos e paladares competentes ajudarem. Certamente temos isso de sobra por lá. Mas há um detalhe que faz toda a diferença: se a natureza não permitir, as coisas ficam mais difíceis.

E, para terminar, eu não poderia deixar de falar, mesmo que brevemente, sobre as uvas emblemáticas desses países.

Na Argentina, a malbec é notadamente a rainha das uvas, produzindo vinhos maravilhosos, encorpados e potentes, dependendo do modo como for vinificada. É uma uva que cativou muita gente e conquista legiões de fãs com seus vinhos marcantes. Mas, segundo o maior nome do vinho argentino, Nicolas Catena Zapata, a uva do futuro na Argentina é a italiana bonarda, que hoje é muito usada para vinhos de corte, alguns de baixa qualidade, mas que, segundo ele, será a grande uva dos varietais argentinos. Hoje, contraditoriamente, ela é a uva mais plantada no país, com 20% mais plantações do que a famosa malbec. O que acontece é que nossos hermanos estão começando a acertar a mão com essa uva e produzindo bons vinhos. Como exemplo, podemos citar os diversos prêmios que a bodega Nieto Senetiner já ganhou com seu varietal bonarda.

No Chile, a carmenère, que chegou ao país como sendo uma muda de merlot e depois se descobriu que não era, resistiu à filoxera e no Chile tem dado mostras de que pode produzir vinhos com personalidade, sempre bem herbáceos e marcantes. Vinhos de corte ou varietais? Tanto faz! A carmenère tem feito de tudo. E feito muito bem! E, se a Argentina tem a bonarda como uva do futuro, o Chile está tomando emprestada a uva do seu vizinho para fazer suas apostas: a malbec, que hoje é símbolo argentino, já tem dado mostras de que pode fazer muita coisa boa no Chile. E um ótimo exemplo disso é um dos melhores vinhos chilenos da atualidade, o Viu1, que leva 90% de malbec em sua formulação. Uma maravilha!

Vale Central ou Mendoza? Neuquén ou Bío-Bío? Carmenère ou malbec? As variáveis que vão decidir essas disputas são muitas: climas, solos, águas, relevos, variedade de uvas, investimento externo e muitas outras coisas que acabam ditando a regra do jogo, dizendo quem pode mais hoje e quem poderá mais amanhã. Mas uma coisa é certa. Independentemente de qual país se saia melhor, essa disputa já tem um vencedor: nós, consumidores, que poderemos cada vez mais nos deliciar com excelentes amostras dos dois países.

Já no Brasil... Bom, esse é um assunto para um outro texto, pois dá para falar muita coisa sobre nossos vinhos, apesar de ainda estarmos engatinhando na produção de vinhos de qualidade. Mas, se acertarmos a mão, poderemos surpreender...

Por fim, talvez você esteja perguntando o porquê do título “Maradona ou Zamorano?” É que, nesse caso, enquanto acho que o Chile ganha da Argentina com o vinho, no futebol eles perdem de goleada para o nosso principal rival. Sem dúvida, o Maradona jogou muito mais bola que qualquer chileno. Mas, se é assim, desculpem-me, chilenos, argentinos e até italianos, portugueses e franceses. Sou mais o Pelé.



CHEERS!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

LUTO

Não é tipo de notícia agradável de se dar, mas como um dos princípios do Blog é ser uma fonte de informação, me sinto no dever de colocar até mesmo este tipo de notícia.

O presidente da Vinícola Salton, Ângelo Salton Neto, morreu nesta terça-feira em São Paulo após um infarto.

Ângelo era paulistano, formado em engenharia, e assumiu a presidência da Vinícola Salton antes dos 30 anos. Ele foi responsável pelo início dos investimentos da empresa em vinhos espumantes finos, um dos principais produtos da vinícola atualmente.

A companhia, fundada em 1910, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, inicialmente como um armazém, passou a dedicar-se à cultura de uvas e elaboração de vinhos.

Em 1948, estabeleceu uma filial em São Paulo para conseguir atender aos pedidos de todo o País.

Até 2008, a Salton possuía dois vinhedos modelos, Tuiuty e Santa Lúcia, com 70 hectares no total, e 550 fornecedores de uvas.

Certamente o Brasil perde um dos grandes entusiastas do vinho e um dos responsáveis pela melhora de qualidade de nossos vinhos.

E termino, infelizmente, sem o CHEERS tradicional por uma questão de respeito.

ANTES DE MORRER, LEIA.

Este livro é essencial para os amantes do vinho. Mas leiam antes de morrer, como diz o título!

1001 Vinhos para Beber Antes de Morrer é um livro bastante ilustrado e interessante que cita 1001 vinhos imperdíveis, entre os tantos que existem no mundo, para bebermos antes de morrermos. Aqueles que valem a pena pelo menos um gole, como experiência de vida.

São 1001 resenhas sobre os mais notáveis vinhos produzidos em todas as regiões do mundo, descrições das sensações da degustação, histórias e as curiosidades escondidas por trás dos rótulos.

Com uma equipe de 44 especialistas, Neil Beckett criou um guia completo sobre a diversidade que faz dos vinhos uma fonte permanente de fascínio e prazer. Eles indicam os vinhos que irão agradar ao paladar, explicam o que faz com que eles sejam tão especiais, dão referência de preço e sugerem a época ideal para consumi-los. Alguns dos vinhos são antigos e raros, mas a maioria está disponível no mercado e pode ter preços surpreendentemente acessíveis.

É um livro que vai ser útil aos que já tem algum conhecimento sobre o vinho e também àqueles que ainda não entendem muito do assunto.

Ainda não li o livro todo, preciso comprar. Mas já li algumas partes de pessoas conhecidas e já deu para ter noção que é um livro bem bacana para ter na biblioteca enológica.


CHEERS!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

DICIONÁRIO DAS UVAS - NEBIOLO

Uva tinta original do Piemonte (norte da Itália), é a uva dos Barolos e Barbarescos, vinhos de enorme prestígio no mundo todo, alguns por sinal, bem caros. Ela não costuma ser combinada com outras variedades. Como ocorre com muitas cepas européias, a Nebbiolo tem permanecido fiel às suas origens, e não se tem noticias de plantações significativas de Nebbiolo em outras regiões.

A principal característica dos vinhos desta uva é a longevidade deles.Os Barolos e Barbarescos são vinhos que costumam durar muito tempo e se bebidos ainda jovens, podem não render o que se espera deles, pois estarão alcoólicos e com acidez bastante elevada.Tem uma cor escura, e com aromas complexos e nem sempre facilmente decifráveis.Na boca, tem corpo e taninos finos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

VINHOS E VÔOS - POR FELIPE KAUFMANN

Caros amigos do EnoDéco,
Aqui vão mais algumas cias. aéreas para avaliarmos as cartas de vinho. E como disse no post anterior, vcs verão que a carta da United realmente muda bastante...

Cathay Pacific
Classe Economica
Trecho: Hong Kong- Auckland e retorno

Branco:
First Step Charonnay 2007 Australia

Tinto:
Penfold’s Shiraz Cabrenet 2007 Australia

Na sala VIP da primaira Classe aqui de Hong Kong eles tem vinhos, porém nao mostram qual é. O garçom ofereceu Champagne, Merlot ou Pinot Noir, Chardonnay ou Semillon. Vc pode jantar lá, pois eles tem um Buffet supercompleto que é excelente. Estava de economica mas com o meu cartao de milhagem, consegui acesso à sala da primeira.


United Airlines
Como falei, a United é uma das companias que mais mudam de vinhos.

Trecho: De Hong Kong para Chicago
Classe Executiva

Champagne
Phillponart N/V Champagne Brut Royal Réserve ou
Lanson Brut Black Label N/V

Vinho Branco
Vincent Sauvestre 2006, Chablis ou
Quivira Fig Tree, Sauvignon Blanc 2005, Central Coast
Liberty School, Chardonnay 2005, Central Coast

Vinho Tinto
Chapoutier Belleruche 2006, Cotes du Rhone
Chateau Bonnin Pichon 2004, Lussac
Trapiche Oak Cask Malbec 2005, Mendoza
Pedroncelli Three Vineyards Cabernet Sauvignon 2005, Dry Creek Valley

Trecho: De Hong Kong para Los Angeles
Classe Executiva

Champagne
Pol Roger Brut N/V
Piper-Heidsieck Brut N/V

Vinho Branco
Labouré-Roi Abbaye de Fontenay 2006, Montagny
Salmon Harbor Chardonnay 2005, Columbia Valley
Geyser Peak Sauvignon Blanc 2006, California

Vinho Tinto:
Domaine Santa Duc Vieilles Vignes 2005, Cotes du Rhone
Jaboulet Le Paradou 2006, Beaumes-de-Venise
Fabre Montmayou Gran Reserva Malbec 2006, Mendoza e
Aquinas Cabernet Sauvignon 2005, Napa Valley

Trecho: De Chicago para São Paulo
Classe Executiva

A mesma lista do voo acima

Trecho: De Hong Kong para Cingapura e retorno
Classe Executiva

Champagne
Piper-Heidsieck Brut N/V
Mumm Cuvee Brut Napa Valley Champagne (estranhamente eles colocaram este espumante como sendo Champagne) vou escrever um email para eles para que corrigam o engano, pois não é permitido...

Vinho Branco
Labouré-Roi Abbaye de Fontanay 2007, Montagny
Lockwood Vineyard Chardonnay 2007, Monterey
Geyser Peak Sauvignon Blanc 2006, California

Vinho Tinto:
Jaboulet Le Paradou 2006, Beaumes-de-Venise
Firestone Vineyards Select Merlot 2005, Central Coast
“L” de Lyeth Cabernet Sauvignon 2005, Sonoma

Espero que tenham gostado.

Abraços, bom final de semana e tim tim,

Felipe

VINHO DA SEMANA - RISCAL 1860 Tempranillo 2006

** Riscal 1860 Tempranillo 2006**
Produtor: Marques de Riscal
Origem: Castilla y León (Espanha)
Uvas: Tempranillo
Safra: 2006
Importadora no Brasil: Interfood
Preço Aproximado: R$ 50,00


Um vinho simples, mas muito honesto e que vale o que custa. A vinícola Herdeiros de Marqués de Riscal é uma empresa pioneira do setor vitivinícola da Espanha. Em 1858 tornou-se a primeira bodega da região de Rioja - Espanha, onde elaborava vinhos segundo métodos bordeleses. Mais tarde, tornou-se a primeira bodega impulsora da Denominação de Origem Rueda, onde hoje se elaboram os famosos vinhos brancos de Marqués de Riscal.
Este vinho em particular é uma bela opção para o dia-a-dia. Um vinho leve, como é característica desta uva, com um toque também leve, mas perceptível de madeira, ele é muito frutado e na boca é bem suave. Em outras safras (2003 e 2004) já chegou a levar 91 pontos da Wine Enthusiast. Pelo preço, um vinho para se comprar em quantidade e ter em casa para ocasiões mais descompromissadas e degustar numa boa, tranquilamente.CHEERS!!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

MARADONA OU ZAMORANO - PARTE 2

Retomando o assunto iniciado na semana passada, vamos agora andar na direção do Oceano Pacífico, chegando ao Chile, país extremamente peculiar em sua geografia, o que é — e certamente continuará sendo — determinante para seu crescimento nesse mercado do vinho.

Tudo começou mais ou menos na mesma época que a vinicultura argentina. Na verdade, um pouco depois, por volta de 1550, com missionários espanhóis que faziam vinhos de mesa e de missa. Porém, na segunda metade do século XIX, enquanto os vinhedos franceses foram devastados pela praga da filoxera, as plantações chilenas ficaram intactas, o que foi um marco para a vinicultura local. Mesmo com o governo militar atuando fortemente no país, quando metade dos vinhedos do país foram destruídos, os produtores resistiram e continuaram a produzir vinhos cada vez de melhor qualidade, principalmente com a injeção de capital estrangeiro, vindo da Europa, da Austrália, dos Estados Unidos e até do Japão. Com esses investimentos, muita tecnologia foi implantada, e a qualidade dos vinhos foi melhorando sensivelmente. Hoje, o país é um dos grandes centros vinícolas do mundo, e, quando se fala em custo-benefício, talvez seja o melhor.

Uma das explicações para esse sucesso todo é, mais uma vez, a geografia e o clima. Estrategicamente localizado entre o Pacífico e a Cordilheira dos Andes, o Chile tem várias regiões vinícolas, algumas delas já conhecidas, outras que estão se tornando conhecidas agora e outras que têm um grande potencial para crescer. As uvas do Chile vêm principalmente do Vale Central, situado no meio do país, e que é uma zona agricultora extremamente fértil. O clima no vale tem temperaturas máximas no verão entre 15ºC e 30ºC e uma umidade excelente para as uvas. As montanhas litorâneas não deixam que a chuva que vem do oceano chegue tanto a essa região. Mas essa falta de chuva não atrapalha as plantações, pois há inúmeros rios na região que irrigam as terras.

As principais regiões chilenas hoje são o Aconcágua (norte), Vale Central e região sul, tendo cada uma diferentes características, as quais determinam a qualidade e a variedade dos vinhos que saem de lá. O Aconcágua é a região mais seca e quente do Chile, com uma predominância de bons vinhos cabernet sauvignon. Mas, dentro dessa região, está talvez uma das grande recentes descobertas, o Vale de Casablanca, responsável por excelentes brancos feitos de chardonnay e sauvignon blanc e tintos feitos de pinot noir, que são uvas que precisam de um clima mais frio, com brisas marinhas e névoas características desse belo vale que fica no caminho entre Santiago e Viña del Mar. Antes de chegar ao Vale Central, passamos pelo Vale do Limarí, recente descoberta chilena na vinicultura que tem dado vinhos maravilhosos nas mãos dos enólogos da Viña Tabalí, uma vinícola relativamente nova, mas que vem colecionando apreciadores pelo mundo e, principalmente, aqui no Brasil. Descendo para o Vale Central, temos nele as sub-regiões do Maipo: Curicó, Rapel e Maule. Nessa região, estão as principais vinícolas do país e certamente os melhores vinhos. Destaque para os cabernets, carmenères e, mais recentemente, os syrahs, que têm ganhado grande destaque no Vale do Colchagua, mas mais ao sul. Mas não podemos também deixar de lembrar alguns ótimos sauvignon blancs, semillons e merlots oriundos de lá. Quanta variedade! Por fim, vamos à região sul, no Vale do Bío-Bío, onde a produção ainda é muito voltada para o consumo interno.

E semana que vem escrevo o fechamento e minha opinião final sobre o futuro dos dois países...


CHEERS!!

DESTAQUES PORTENHOS

Não sou o mais ferrenho defensor do sistema de notas que o mundo do vinho tem, principalmente por ícones como Robert Parker e Jancis Robinson ou por publicações especializadas que estão espalhadas pelo mundo inteiro. Mas também não sou completamente contra. Acho que não podemos ignorar a experiência e conhecimento de tais figuras, e devemos sim prestigiar os vinhos por eles reconhecidos como bons. Mas sou contra quem só compra e bebe vinhos com altas pontuações. Acho que pessoas que se pautam apenas em notas, não confiam nos seus próprios paladares e acabam limitando os vinhos que bebem. E isto, para bons apreciadores e os que querem explorar o mundo enológico, não é legal.

Considerando isto, queria citar a lista que recebi por e-mail da Grand Cru sobre a última prova de Parker de vinhos Argentinos. Não tenho motivos para fazer propaganda deles, mas o intuito é divulgar coisas que eu ache que valem a pena. E a lista que recebi é bem interessante! 33 vinhos importados pela Grand Cru receberam 90 pontos ou mais do Parker em Dezembro do ano passado. Uma marca bacana e certamente importante para a importadora. Acho que dois destaques merecem ser dados:

- Bodega Doña Paula, que emplacou 6 rótulos, entre eles o Seleccíon de Bodega Malbec 2005 com 94 pontos.

- Viña Cobos, com 9 rótulos, entre eles o Malbec Marchiori Vineyard, com a safra 2005 que levou bons 98 pontos e a safra 2006 que levou nada menos que 99 pontos!

Vale dar uma passada pela lista e provar alguns deles, pois há vinhos para todos os bolsos! No site da importadora (aqui) dá para visualizar a lista toda.


CHEERS!!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

VINHOS E VÔOS - POR FELIPE KAUFMANN

Caros leitores do EnoDeco. Hoje vamos a mais algumas Cias. Aéreas e seus vinhos:



UNITED

A United é uma das companias que eu viajo que mais mudam de vinhos. Ela está renovando o interior de todos os seus aviões que voam em rotas interncontinentais. A mudança principal fica por conta da classe executiva e da primeira classe. As cadeiras viram cama, ou seja, ficam a 180 graus, extamente como na British Airways, Cathay Pacif (new Bussines & First class) e Air New Zealand.

Nos voos internacionais em classe executiva eles servem:

Champagne:
Pol Roger Brut NV
Piper-Heidsieck Brut NV

Vinhos Brancos:
Labouré-Roi Abbaye de Fontenay, Montagny, Chardonnay 2006;
Fevre Champs Royaux, Chablis, Chardonnay 2006;
Salmon Harbour, Columbia Valley, California, Chardonnay 2005
Geyser Peak, California, Sauvignon Blanc 2006

Vinhos Tintos:
Domaine Santa Duc, Cote du Rhone, Grenache Vielles Vignes 2005;
Jaboulet Le Paradou, Grenache, Beaumes de Venise 2006;
Fabre Montmayou, Mendoza, Malbec Gran Reserva 2006
Aquinas, Napa Valley, Cabernet Sauvignon 2005




QANTAS

Na sala VIP da primeira Classe da Qantas em Auclkand tinha:

Champagne:
Lanson Black Label Non Vintage

Brancos:
Wolf Bass, Claire Valley, Gold Label Riesling 2005
Matua Valley Parental, Sauvignon Blanc 2007, New Zealand
Jud State Gisborne, Chardonnay 2007, New Zealand

Tintos:
Saltram Marme Brook, Shiraz 2005, Autralia
Matua Valley Shingle Peak Reserve 2007, Pinot Noir, New Zealand

Dei também um pulo na sala da executiva e a única diferença é que nao tinha champanhe, mas sim um espumante Lindemans.

Espero que tenham gostado.


Abraços e tim tim,

Felipe

DICIONÁRIO DAS UVAS - CARIGNAN

Uva da região sul da França, utilizada principalmente em vinhos das regiões do Languedoc e da Provence. Na Espanha é conhecida como Cariñena e na Itália como Carignano. É uma uva geralmente usada em vinhos de assemblage, mas que tem produzido também bons varietais.

Antigamente ela era considerada uma uva rústica e popular demais para vinhos de corte. Porém, o grande sucesso da região catalã do Priorato, a partir dos anos 80, recuperou o prestígio.

É uma uva de casca grossa e que produz vinhos escuros, com taninos firmes e bastante saborosos. Uma uva diferente e que vale a pena experimentar, por ser diferente e não encontrada muito frequentemente por aí.
CHEERS!!