quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

MARADONA OU ZAMORANO? PARTE 1

Muito se tem falado e discutido sobre qual destes dois países tem um futuro mais promissor na América do Sul em termos de vinhos de qualidade: Chile ou Argentina. Vou fazer este artigo em 3 partes, para não ficar muito extenso. Então, falarei primeiro sobre a Argentina. Depois sobre o Chile e por fim colocarei o meu ponto de vista sobe o assunto.

Lendo alguns artigos, algumas reportagens em sites e revistas e até mesmo olhando a geografia dos 2 países, cheguei a uma conclusão que é uma mera opinião, mas tem seus fundamentos: o Chile tem tudo para se distanciar cada vez mais do nosso vizinho portenho por algumas razões. Não quero entrar aqui no mérito de qual dos dois países hoje produz os melhores vinhos, pois, sinceramente, não consigo comparar. Afinal, se do lado chileno temos Almaviva, Montes Alpha M, Clos Apalta, Dom Melchor, Viu 1 e muitos outros, do outro lado temos Nicolas Catena, Achaval-Ferrer Finca Altamira, Cheval des Andes e Cobos, entre outros. Então, vou citar apenas alguns fatos que me levaram à conclusão que os chilenos têm mais futuro que os argentinos.

A história da vinicultura argentina começou em 1534, quando foram plantadas as primeiras videiras na cidade de Mendoza, principal centro vinícola do país até hoje, de onde saem seus melhores vinhos. Porém, essa bela região ao pé da Cordilheira dos Andes tinha um problema para a viticultura: o clima desértico. Com o passar do tempo, foram implantados métodos de irrigação artificial, aproveitando-se o degelo da neve da cordilheira. Ultrapassado esse problema, o último passo para o anunciado sucesso foi dado por italianos e espanhóis que formaram a base da viticultura e produção de vinhos na Argentina. Por muito tempo, a vinicultura argentina foi marcada por vinhos baratos, feitos com uvas de baixa qualidade, cenário que hoje se modificou bastante com a introdução de técnicas mais modernas de cultivo e vinificação.

Depois dessa breve passagem pela história da vinicultura argentina, vamos a um importante fato que pesa muito para um país se destacar ou não no mundo vitivinícola: a geografia. A principal região vinícola do país está localizada em Mendoza, como foi dito acima. É lá que são produzidos, nada mais nada menos, do que 85% dos vinhos argentinos de qualidade. E isso pode ser um fator de risco para o país, uma vez que as outras regiões não têm geografia e clima tão propícios para a produção de vinhos de tanta qualidade como Mendoza. Isso gera uma limitação, pois um dia o espaço físico vai acabar e não haverá mais lugares onde plantar. A região norte do país, na qual se localizam as sub-regiões de Salta e San Juan, ainda não tem destaque, a não ser pelos vinhos feitos com a uva torrontés, uva branca muito plantada no país e que tem uma grande importância nessa região. Se procurarmos bem, acharemos bons malbecs e cabernet sauvignons, mas não são tão facilmente encontrados. A região sul, onde se encontram as regiões de Neuquén e Rio Negro, ainda é tímida na produção de vinhos de qualidade, mas ela tem tudo para ser o grande destaque daqui a alguns anos, pois o clima é mais frio, muito parecido com algumas regiões chilenas. Resumindo: por razões climáticas e geográficas, a Argentina tem um crescimento limitado, o que prejudica a expansão de seus negócios vinícolas!


CHEERS!!

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