segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Geografia do Vinho - Brunello di Montalcino

Brunellos, ah... os Brunellos. Pra mim, um dos melhores vinhos do mundo. Ele nasceu por volta de 1870, quando Ferruccio Biondi Santi resolveu isolar um clone da uva Brunello (Sangiovese Grosso) da Sangiovese que se faziam os Chiantis e plantou este clone separadamente. Depois de vinificar e amadurecer em barricas, o vinho se mostrou bem diferente dos Chiantis. E mais: Para uma região aonde os vinhos brancos predominavam e quando falávamos em tinto, a referência era o Chianti, um vinho relativamente leve, quando veio este novo “Brunello”, um vinho denso, encorpado, de cor mais escura e aromas profundos, o vinho chamou a atenção.

Mas nem tudo era fácil. Nesta época, parte do processo de produção dos Brunellos, como o longo envelhecimento em barricas, o contato do mosto com as cascas e a limitação do rendimento de cada parreira, não era conhecido e difundido numa região extremamente agrária, quase que uma aldeia, em ao menos, estradas pavimentadas.

Mas o vinho caiu nas graças das pessoas e apenas em 1980, a região foi denominada uma DOCG. Hoje, Biondi Santi é a grande referência quando falamos em Brunello. Seus vinhos estão entre os mais caros e desejados da Itália e até do mundo.

A cidade de Montalcino é uma beleza à parte. É uma ensolarada aldeia medieval, que fica no topo de uma colina, cercada por um muro gigante chamado de Fortezza (Fortaleza em italiano). Para quem for à toscana, vale a visita.

Sobre o vinho: Como disse anteriormente, é um vinho de cor escura, aromas intensos e boca extremamente complexa. Um vinho de meditação e para ser tomado com muitos anos de idade, pois quanto mais velho, melhor ele fica. Ele precisa seguir algumas regras, como o envelhecimento. O Brunello normal precisa envelhecer 4 anos, sendo 2 em barricas e os Riservas, 5 anos, sendo metade do tempo também em barricas.

Há vários bons produtores de Brunellos, mas alguns se destacam, entre eles Argiano, Altesino, Casanova di Neri, Pievi di Santa Restituta e Poggio Antico. Além é claro do lendário e maravilhoso Biondi Santi, que continua produzindo suas preciosidades.

No próximo post, o último sobre a Toscana, falarei dos outros vinhos da região, como o Rosso di Montalcino, o Vin Santo, o Carmignano, o Vernaccia e o Nobile di Montepulciano.


CHEERS!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom.
Estou me iniciando na arte da enologia, e acho que o informe sobre os brunellos é importantissimo.
Dou aulas na USP e acho que falta cultura "gourmet" no mundo .Vamos consertando isso como podemos.
ELisa M P Campos S.P.