sexta-feira, 24 de outubro de 2008

E a Espanha Avança

Segundo previsões recentes publicadas pela revista Decanter, a Espanha deverá se tornar o maior produtor de vinhos do mundo, passando a França. Atualmente, proporcionalmente ao seu território, ela já tem a maior superfície plantada de vinhas, mas o clima é duro, muito seco e a produção média, pequena. Com as novas técnicas agrícolas e a permissão para irrigação, a produção deverá crescer. Só esperamos que esse salto em quantidade não deixe cair a qualidade.Infelizmente, o vinho espanhol é pouco conhecido no Brasil. É uma espécie de vinho para especialistas (insiders), desconhecido por grande parte dos consumidores. O país tem perto de 65 denominações de origem (DO), das quais duas especiais: Rioja e Priorato, classificadas como denominación de origem calificada (DOC). No entanto, o que vemos normalmente nas nossas prateleiras são os espumantes, muitos dos quais muito bons (cava), vinhos oportunistas, desses com rótulos bonitos e feitos às pressas, e pouquíssimos tintos e brancos de qualidade. Quando examinamos uma garrafa de vinho espanhol devemos notar, além da região geográfica o tipo: denominación de origen (o mais simples, sem envelhecimento na origem, para consumo rápido); crianza (com algum tempo de envelhecimento nas barricas e nas garrafas); reserva (com mais tempo de afinamento na origem) e gran reserva (que ficam muitos anos nas vinícolas). Uma classificação útil, mas não infalível.Entre os produtos de qualidade, os da zona de Rioja se destacam nas prateleiras e bem merecem, pois podem ser espetaculares. São os vinhos mais conhecidos e prezados, feitos principalmente com a nativa Tempranillo, uma uva magnífica.A Rioja fica no norte, onde há pelo menos mais duas denominações que merecem a atenção dos consumidores: Navarra (quase uma continuação da Rioja) e Somontano. Elas ficam perto dos Pirineus e têm produtos interessantes feitos com a Tempranillo e com as cepas francesas Cabernet Sauvignon e Merlot. Também há em Somontanos tintos originários da nativa, Moristel, que está perdendo terreno.



Fonte: Estadão

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