segunda-feira, 4 de maio de 2009

CONFRARIA ACIDENTAL

Na última sexta-feira, no meio do feriado, resolvi convidar 2 grandes amigos, o Dado e o Marcio e suas respectivas mulheres para jantarem em casa. O menu, especialmente preparado pela minha pessoa contemplava 2 pratos de origem européia. E os vinhos deveriam ser também. Mas como um dos pratos era francês (Suflé de Queijo Ementhal), o outro era portuges (File Mignon assado no papel alumínio com molho de redução de vinho do porto), resolvemos que deveríamos ter vinhos de uma terceira nacionalidade. E escolhemos a Espanha! Escolhas de temas feitas, vamos ao resultado:

Eu comecei com um Viña Ardanza 2000 (90 ptos Parker - importado pela Zahil), um vinho sensacional, que não deixa a desejar perto dos ícones espanhóis. Um vinho já de certa idade (9 anos), mas que estava inteirasso. Saboroso, frutado, amadeirado e com aquele toque de idade, com uma cor atijolada e um sabor de terra que deixam os vinhos cada vez melhores.

Fomos para o vinho do Marcio, nada menos que um Pintia 2004 (87 ptos Wine Spectator e 95+ ptos Parker - importado pela Mistral), um dos vinhos espanhóis mais reconhecidos nos últimos tempos. Demorou um pouco para abrir, até mesmo pela idade. Tá certo que hoje muitos vinhos 2004 até passaram do tempo, mas este grande vinho ainda estava novo, cheio de fruta e que ao ir abrindo, foi mostrando a diferença de estilos entres estes 2 primeiros. O Ardanza parece um vinho mais tradicional, enquanto o Pintia um vinho mais moderno, encorpado e amadeirado. Um vinho impressionante que tem muita vida ainda pela frente.

Fomos depois ao vinho do Dado, um Carmelo Rodero Reserva 1995 (86 ptos Wine Spectator -importado pela Wolrd Wine). O vinho mais velho da noite, que já estava com aquela cor atijolada, mas um sabor incrível. Um vinho tipicamente espanhol de certa idade (14 anos!!!) e que surpreendeu pela força dele. Corria o risco de já estar passado ou em decadência, mas impressionou! Um espetáculo de vinho!

E não paramos por aí, afinal o pessoal estava com sede. Para acompanhar o jantar, então abri um Étim Syrah 2000 (88 ptos Parker - importado pela World Wine), um espanhol moderno, feito com 100% Syrah. Completamente diferente dos outros vinhos e que comparado aos outros "monstros", perdeu um pouco, mas não fez feio. Um vinho que deixa a boca cheia de frutas e taninos macios. Um Syrah diferente do que estamos acostumados ao novo mundo, mas ao mesmo tempo ele é mais moderno que alguns dos tradicionais europeus.

Bom, sobre os pratos, eles acabaram ficando em segundo plano, obviamente. Estavam bons, mas os vinhos acabaram sendo o grande foco do evento, que acabou virando, sem querer, uma confraria! Fora a presença dos amigos, que é sempre indispensável para beber bons vinhos!

Vcs devem ter percebido que falta um vinho na foto, exatamente na ordem que foram bebidos. É o Carmelo Rodero, que alguém saiu de casa com a garrafa...mas não lembro quem foi...!


CHEERS!!

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